Pretendo
demonstrar neste ensaio as falhas metodológicas existentes no ensino dos
tempos, modos e aspectos verbais no ensino fundamental II. Em seguimento dos
métodos gramaticais, o ensino do emprego dos verbos do 6º ao 9º anos do ensino
fundamental, apresenta um processo decorativo, ou seja, obriga o aluno a
repetir, seja lendo ou escrevendo, as conjugações dos verbos em todos os
tempos, modos e pessoa, com o objetivo exclusivo de saber para a prova. Mas
nesse processo de memorização, caracterizado pela repetição, o aprendizado
quase sempre se perde em meio a outras informações que aparecem no decorrer do
curso. Dessa forma, quando aquele aluno que decorou todos os tempos, aspectos e
modos verbais se depara com a necessidade de produzir um texto ou narrar uma
passagem de alguma história, usando a norma culta da língua, ele tem
dificuldades em contextualizar os verbos nos devidos tempos, modos e concordâncias.
Mas há
outras maneiras de se ensinar verbos. Vargas (2010), por exemplo, apresenta uma
proposta de ensino dos tempos presente, passado e pretérito de maneira
contextualizada, dispensando as as listas com os paradigmas das conjugações verbais.
A contextualização dos tempos e modos verbais é um método que tem o objetivo de
capacitar o aluno para o uso adequado dos verbos, nas mais variadas situações
de interação social, de leitura e de produção de textos.
A
apresentação dos verbos aos alunos de maneira clara e contextualizada, de
acordo com a realidade atual, considerando as formas usuais da língua portuguesa
e sem desconsiderar as regras apresentadas pela Gramática Tradicional poderá
proporcionar ao aluno maior capacitação, tanto em interpretação como em
produção de textos.
Segundo
Possenti (1996 p.14), “Para que um projeto de ensino de língua seja bem
sucedido, uma condição deve necessariamente ser preenchida, e com urgência: Que
haja uma concepção clara do que seja uma criança. (Na verdade um ser humano de
maneira geral)”. E, considerando que uma criança com faixa etária entre 10 e 15
anos de idade detém uma capacidade cognitiva aguçada e consegue assimilar as
informações que lhe são passadas de maneira correta e sem rodeios
desnecessários, suponho que o ensino dos verbos, quando aplicado de maneira
sistematizada e contextualizada aos alunos, tende a apresentar um resultado
satisfatório, que possivelmente será explicitado nas etapas seguintes do ensino
médio, superior e, também, em provas de seleção como vestibulares e no Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEN. Além disso, um ensino contextualizado
possibilita ao aluno exercer sua cidadania nos mais diversos meios em que a
produção de textos escritos na modalidade formal da língua portuguesa seja
exigida.
Marilene
Gonçalves Dias Machado[1]
[1]
Graduanda do curso de
Letras da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte. Ensaio
produzido na disciplina “Produção de textos III”.
REFERÊNCIAS
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado
das Letras, 1996.
VARGAS, Maria Valíria Anderson. O ensino do
verbo: tempo e aspecto como categorias semântico-discursivas, Revista Linha d’água, Ed. Especial, São Paulo, 2010.
A proposta de contextualização é bem satisfatória para o aprendizado do aluno visto que o entendimento do uso dos verbos em frases ou textos terão mais sentidos e coerência, porque é muito diferente do que trabalhar as conjugações verbais através das gramaticas, fato que leva o aluno a perder o interesse pelo estudo dessa classe gramatical por não ter entendido de fato como acontece as conjugações verbais, o que torna o ensino muito desgastante e massante principalmente no ensino fundamental. Essa proposta pode ser bem didática e interativa, resgatando o interesse dos alunos ao estudo dos tempos e modos do verbais.
ResponderExcluir