domingo, 3 de maio de 2015

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Tempos, modos e aspectos verbais no ensino fundamental II

Pretendo demonstrar neste ensaio as falhas metodológicas existentes no ensino dos tempos, modos e aspectos verbais no ensino fundamental II. Em seguimento dos métodos gramaticais, o ensino do emprego dos verbos do 6º ao 9º anos do ensino fundamental, apresenta um processo decorativo, ou seja, obriga o aluno a repetir, seja lendo ou escrevendo, as conjugações dos verbos em todos os tempos, modos e pessoa, com o objetivo exclusivo de saber para a prova. Mas nesse processo de memorização, caracterizado pela repetição, o aprendizado quase sempre se perde em meio a outras informações que aparecem no decorrer do curso. Dessa forma, quando aquele aluno que decorou todos os tempos, aspectos e modos verbais se depara com a necessidade de produzir um texto ou narrar uma passagem de alguma história, usando a norma culta da língua, ele tem dificuldades em contextualizar os verbos nos devidos tempos, modos e concordâncias.

Mas há outras maneiras de se ensinar verbos. Vargas (2010), por exemplo, apresenta uma proposta de ensino dos tempos presente, passado e pretérito de maneira contextualizada, dispensando as as listas com os paradigmas das conjugações verbais. A contextualização dos tempos e modos verbais é um método que tem o objetivo de capacitar o aluno para o uso adequado dos verbos, nas mais variadas situações de interação social, de leitura e de produção de textos.

A apresentação dos verbos aos alunos de maneira clara e contextualizada, de acordo com a realidade atual, considerando as formas usuais da língua portuguesa e sem desconsiderar as regras apresentadas pela Gramática Tradicional poderá proporcionar ao aluno maior capacitação, tanto em interpretação como em produção de textos.

Segundo Possenti (1996 p.14), “Para que um projeto de ensino de língua seja bem sucedido, uma condição deve necessariamente ser preenchida, e com urgência: Que haja uma concepção clara do que seja uma criança. (Na verdade um ser humano de maneira geral)”. E, considerando que uma criança com faixa etária entre 10 e 15 anos de idade detém uma capacidade cognitiva aguçada e consegue assimilar as informações que lhe são passadas de maneira correta e sem rodeios desnecessários, suponho que o ensino dos verbos, quando aplicado de maneira sistematizada e contextualizada aos alunos, tende a apresentar um resultado satisfatório, que possivelmente será explicitado nas etapas seguintes do ensino médio, superior e, também, em provas de seleção como vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEN. Além disso, um ensino contextualizado possibilita ao aluno exercer sua cidadania nos mais diversos meios em que a produção de textos escritos na modalidade formal da língua portuguesa seja exigida.

Marilene Gonçalves Dias Machado[1]



[1] Graduanda do curso de Letras da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte. Ensaio produzido na disciplina “Produção de textos III”.


REFERÊNCIAS

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado das Letras, 1996.

 VARGAS, Maria Valíria Anderson. O ensino do verbo: tempo e aspecto como categorias semântico-discursivas, Revista Linha d’água, Ed. Especial, São Paulo, 2010. 

Um comentário:

  1. A proposta de contextualização é bem satisfatória para o aprendizado do aluno visto que o entendimento do uso dos verbos em frases ou textos terão mais sentidos e coerência, porque é muito diferente do que trabalhar as conjugações verbais através das gramaticas, fato que leva o aluno a perder o interesse pelo estudo dessa classe gramatical por não ter entendido de fato como acontece as conjugações verbais, o que torna o ensino muito desgastante e massante principalmente no ensino fundamental. Essa proposta pode ser bem didática e interativa, resgatando o interesse dos alunos ao estudo dos tempos e modos do verbais.

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