terça-feira, 16 de junho de 2015

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Os tempos verbais no ensino fundamental II

Neste ensaio, vou discutir ensino de tempos verbais no ensino fundamental II. Quero mostrar que o ensino de verbos nos últimos anos do ensino fundamental pode ir além de um mero método de decoração, visto que, alguns pesquisadores afirmam que o ensino de verbos no 6º ao 9º ano está baseado no ato de o aluno apenas conjugar verbos em vários tempos, mas na maioria das vezes não são ensinadas outras formas mais eficientes para o aluno. Não devemos apenas ensinar verbos a partir de conjugações, mas sim apresentar outras formas mais didáticas e compreensivas para os alunos.

Nos livros didáticos do ensino fundamental II, são encontradas atividades sobre verbos que pedem aos alunos que identifiquem tempo, modo, e aspecto verbal exigindo, para isso, que os alunos tenham decorado todos os tempos, modo, e aspectos verbais (CABRAL, 1996).

Um aspecto que confirma essa afirmativa está no artigo de Xavier (2009). Ela relata que fez uma pesquisa para saber o conhecimento dos alunos sobre esse conteúdo, e constatou que a maioria deles não conseguia identificar em que tempo e modo que estava os verbos: “Assim, tem-se vindo a constatar que, quando solicitados a maioria dos estudantes não consegue identificar metade das formas verbais presentes no exercício” (XAVIER, 2009, p.169).

O ensino de tempos verbais é tão fundado no método da decoração, que os alunos se perdem nos tempos verbais, como no pretérito mais-que-perfeito com o futuro do presente, na 2ª e 3ª pessoa do singular, pois apresentam quase que a mesma escrita com pouca diferença na sonoridade da última sílaba. E mesmo que os alunos consigam decorar esses dois tempos, eles terão dificuldades de identificá-los se estiverem dispersos no exercício.

Mais um aspecto que corrobora essas afirmativas são s formas do gerúndio e do particípio, o gerúndio é ensinado de maneira que aluno grave a desinência NDO, e o particípio decorando as desinências IDO e ADO, não colocam outra maneira usual do aluno, e sim que ele apenas decore dessa forma.

Outro problema está no ensino de tempos compostos: geralmente solicita-se que o aluno guarde a estruturação desses tempos - mais de um verbo, um verbo principal e um verbo auxiliar.

Por todos os motivos relatados, o ensino de tempos verbais nos anos finais do fundamental II tem que se desapegar do método decorativo, e ser ensinado de uma forma contextualizada, de maneira que o aluno consiga usar as formas verbais adequadamente fora do âmbito escolar.

Wesley Batista dos Santos[1]



[1] Graduando do curso de Letras da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte – FACISABH. Ensaio produzido nas aulas da disciplina “Produção de textos III”.


REFERÊNCIAS

CABRAL, Isabel. Porta Aberta. São Paulo: Ática, 1996.


XAVIER, Lola Geraldes. Publicações de artigos científicos. Ensino da gramática: reflexões em torno do verbo, 2009. Disponível em: <http://file:///C:/Users/aluno/Downloads/DialnetEnsinoDaGramaticaReflexoesEmTornoDoVerbo-3398352%20(1).pdf>. Acesso em: 28 abr. 2015

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A proposta de trabalho com os tempos verbais no ensino fundamental II é bem interessante, visto que o ensaio acima tem muitos argumentos teóricos, mas senti falta de como resolver este problema de forma mais didática, talvez uma proposta de intervenção pedagógica.

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