Neste ensaio, vou discutir ensino de
tempos verbais no ensino fundamental II. Quero mostrar que o ensino de verbos
nos últimos anos do ensino fundamental pode ir além de um mero método de decoração,
visto que, alguns pesquisadores afirmam que o ensino de verbos no 6º ao 9º ano
está baseado no ato de o aluno apenas conjugar verbos em vários tempos, mas na
maioria das vezes não são ensinadas outras formas mais eficientes para o aluno.
Não devemos apenas ensinar verbos a partir de conjugações, mas sim apresentar
outras formas mais didáticas e compreensivas para os alunos.
Nos livros didáticos do ensino
fundamental II, são encontradas atividades sobre verbos que pedem aos alunos
que identifiquem tempo, modo, e aspecto verbal exigindo, para isso, que os
alunos tenham decorado todos os tempos, modo, e aspectos verbais (CABRAL, 1996).
Um aspecto que confirma essa afirmativa
está no artigo de Xavier (2009). Ela relata que fez uma pesquisa para saber o
conhecimento dos alunos sobre esse conteúdo, e constatou que a maioria deles
não conseguia identificar em que tempo e modo que estava os verbos: “Assim, tem-se vindo a constatar que, quando solicitados
a maioria dos estudantes não consegue identificar metade das formas verbais
presentes no exercício” (XAVIER, 2009, p.169).
O ensino de tempos verbais é tão fundado
no método da decoração, que os alunos se perdem nos tempos verbais, como no
pretérito mais-que-perfeito com o futuro do presente, na 2ª e 3ª pessoa do
singular, pois apresentam quase que a mesma escrita com pouca diferença na
sonoridade da última sílaba. E mesmo que os alunos consigam decorar esses dois
tempos, eles terão dificuldades de identificá-los se estiverem dispersos no
exercício.
Mais um aspecto que corrobora essas
afirmativas são s formas do gerúndio e do particípio, o gerúndio é ensinado de
maneira que aluno grave a desinência NDO, e o particípio decorando as
desinências IDO e ADO, não colocam outra maneira usual do aluno,
e sim que ele apenas decore dessa forma.
Outro problema está no ensino de tempos
compostos: geralmente solicita-se que o aluno guarde a estruturação desses
tempos - mais de um verbo, um verbo principal e um verbo auxiliar.
Por todos os motivos relatados, o ensino
de tempos verbais nos anos finais do fundamental II tem que se desapegar do
método decorativo, e ser ensinado de uma forma contextualizada, de maneira que
o aluno consiga usar as formas verbais adequadamente fora do âmbito escolar.
Wesley Batista dos Santos[1]
[1] Graduando do curso de Letras da
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte – FACISABH. Ensaio
produzido nas aulas da disciplina “Produção de textos III”.
REFERÊNCIAS
CABRAL, Isabel. Porta Aberta. São Paulo: Ática, 1996.
XAVIER, Lola Geraldes. Publicações de
artigos científicos. Ensino da
gramática: reflexões em torno do verbo, 2009. Disponível em: <http://file:///C:/Users/aluno/Downloads/DialnetEnsinoDaGramaticaReflexoesEmTornoDoVerbo-3398352%20(1).pdf>.
Acesso em: 28 abr. 2015
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA proposta de trabalho com os tempos verbais no ensino fundamental II é bem interessante, visto que o ensaio acima tem muitos argumentos teóricos, mas senti falta de como resolver este problema de forma mais didática, talvez uma proposta de intervenção pedagógica.
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