sexta-feira, 29 de maio de 2015

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A LEITURA NO ENSINO MÉDIO

No presente ensaio será tratado o tema ensino de leitura no ensino médio, tendo como norte os estudos das pesquisadoras Ângela Kleiman e Ingedore Villaça. O objetivo é descrever o método de ensino interacionista; o público-alvo são alunos que estão se graduando no curso de Letras ou professores que procuram atualizar suas práticas de ensino e, em geral, aqueles que têm como objetivo revolucionar e abandonar os métodos arcaicos que não formam leitores, ativos perante o que lêem.

A leitura de um texto deve ser vista como uma interação entre sujeitos sociais, e é nesta interação que a leitura ganha o aspecto de construção de sentido através do texto. Para chegar a essa produção de sentido é importante para o professor de língua portuguesa conhecer estratégias que facilitem o entendimento do texto (KOCH; ELIAS, 2011).

Para Koch e Elias (2011), há várias concepções de leitura e são essas concepções que nortearão o trabalho do professor. A concepção que elas adotam e que norteam esta reflexão é a concepção baseada no conceito dialógico de linguagem, de Bakhtin: o foco está na interação entre o autor, texto, leitor, que dialogam entre si. Nessa concepção, os conhecimentos que o leitor possui e que são importantes para produção de sentido do texto são levados em conta.

Estratégias de leitura são ações que os professores devem usar para que os alunos entendam a leitura como processo interacional, ações como antecipar, levantar hipóteses, conhecer os gêneros textuais, o texto além do que está explícito, visto que ele traz algumas ideias implícitas que o autor espera que o leitor com seus conhecimentos preencham essas lacunas.

Considerando a visão interacional de leitura é preciso estabelecer estratégias durante a leitura: o conhecimento dos gêneros textuais, por exemplo, quando se lê um texto jornalístico, o leitor antes de ler já espera um tipo de texto, e relacionando o titulo com o gênero faz antecipações, levanta hipóteses, que depois serão confirmadas ou não ao decorrer da leitura. Essa concepção de leitura leva em conta conhecimentos que o leitor possui que em contato com o texto produz sentido ao texto, conhecimento estes como o linguístico, o conhecimento de mundo (KLEIMAN, 2004). .

O conhecimento linguístico abrange o conhecimento gramatical e lexical do leitor, (KOCH; ELIAS, 2011). O leitor deve saber, por exemplo, que função tem o conectivo “mas”, entender um pouco do que é anáfora e catáfora, entre outros tantos recursos linguísticos. Já o conhecimento de mundo é tudo o que o leitor sabe e que muitas vezes é indispensável para compreensão do texto, por exemplo, em um jornal vem a notícia “o galo é campeão mineiro”, nessa informação é necessário que o leitor entenda que “galo” não se trata de um animal, mas sim do clube Atlético mineiro.

O contexto se torna outro fator importante e indispensável nesse tipo de leitura, o valor da palavra não está apenas relacionada ao signo linguístico, mas também em que situação ela está sendo usada, ou seja, o professor deve previamente contextualizar o texto que vai ser trabalhado em sala de aula, explicando um pouco sobre o autor, sobre o contexto histórico na época em que o texto foi escrito, assim o aluno ao fazer a leitura fará associações com o contexto atual.

Enfim, lembrando que este ensaio é uma tentativa de chamar a atenção para o fato de alguns alunos do ensino médio ter dificuldade de compreensão do texto, ressaltando que o homem é um ser naturalmente social, e a linguagem tanto a escrita como a oral são importantes meios de interação social. Para quem se interessar, pesquise mais sobre o método interacional de leitura, e descubra e passe adiante, a magnitude que tem a palavra.

Matheus Paul da Silva Cruz[1]



[1] Graduando do curso de Letras da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Belo Horizonte – FACISABH. Ensaio produzido na disciplina “Produção de textos III”.

REFERÊNCIAS

KLEIMAN, Angela. Oficina de leitura: teoria e prática. 10 ed. Campinas, SP: Pontes, 2004.


KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011.

Um comentário:

  1. As questões abordadas neste ensaio são importantes para os estudantes em formação e professores. A leitura é um dos componentes mais importantes a ser trabalhados em sala de aula, é uma atividade centrada nas habilidades mecânicas de decodificação da escrita que é capaz de suscitar no aluno a compreensão e o prazer de ler.

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